O Trabalho dos Guias
Nas sessões, como já vimos, há sempre uma dupla assistência: a dos encarnados — que é sempre a menor — e a dos desencarnados, formada dos encarregados do trabalho no plano invisível, a saber: vigilantes, auxiliares e dirigentes, e dos Espíritos necessitados de esclarecimentos e auxilio (sofredores, obsessores, etc.), além de determinado público, mais ou menos numeroso, que os vigilantes mantêm a certa distância para que não perturbem os trabalhos. Todos têm seus lugares próprios e se separam por faixas fluídicas de diferentes vibrações segundo as condições pessoais em que se apresentam, ou as funções que exercem.
Em sessões bem organizadas e conduzidas, graças a êsses cuidados preparatórios, imperam sempre ordem e disciplina nos dois planos, ao passo que naquelas em que se negligenciam tais arranjos, falha a assistência espiritual superior, estabelece-se sistematicamente confusão, o trabalho espiritualmente não progride, toma cunho pessoal e os resultados, quando não são prôpriamente maléficos, são medíocres.
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A corrente magnética de base, feita pelos encarnados, começa a formar-se desde o momento em que se faz silêncio e se inicia a concentração, fase essa que, no outro plano, já foi antecedida, de alguns momentos pelas providências preparatórias dos trabalhadores invisíveis. De cada indivíduo concentrado e desde que haja uniformidade mental, partem raios fluídicos luminosos, de cores que variam segundo as condições morais de cada um (36);
(36) Radiações áuricas.
êsses raios se vão ligando uns aos outros, a poucos centímetros dos corpos físicos, e terminam se fundindo numa corrente única que, a seu turno, se conjuga com a corrente formada pelos cooperadores invisíveis (de isolamento e proteção do ambiente geral), disso resultando um conjunto vibratório de grande fôrça potencial que se estende em torno, numa certa área e que constitue o que se pode chamar “o campo espiritual do trabalho”.
Dentro dessa área há equilíbrio vibratório, estabilidade, harmonia, e grupos de trabalhos idênticos, reunidos na mesma ocasião, algures, podem se permutar assistência e auxílio recíproco, utilizando essa caudal de energia salutar, em limites e condições mais ou menos amplas, segundo a intensidade e a elevação vibratória de cada grupo operante.
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Estabelecida assim a corrente e verificadas antecipadamente por eles próprios as afinidades psíquicas, os agentes invisíveis conduzem os Espíritos que se devem manifestar para junto dos médiuns em condições de trabalho, que passam então a ser influenciados, nos limites de suas próprias capacidades e condições de resistência fluídica, o que é também previamente determinado.
Essa capacidade ou resistência depende da fôrça vital, equilíbrio psíquico, grau de desenvolvimento mediúnico, flexibilidade mediúnica e adiantamento moral de cada médium. Há médiuns que com um só trabalho ficam exaustos e outros que podem permanecer mediunizados durante tempo mais ou menos
longo.
Somente depois de estabelecidas as afinidades fluídicas é que se podem dar as ligações mediúnicas.
Antes que os médiuns sejam influenciados os cooperadores invisíveis atuam sôbre êles preparando-os, medíünicamente, para o trabalho. Já vimos, no capítulo 11 da primeira parte, como se realiza essa preparação, segundo a descrição de André Luiz; os centros vitais são postos em equilíbrio; desembaraçados e regenerados os órgãos físicos; estimulados os centros de energia espiritual (glândulas. plexos), para que funcionem com mais intensidade, elevando a vibração fluídica de forma a se conseguir o necessário grau de sensibilização mediúnica, tudo feito com assistência do protetor individual do médium, que é sempre consultado e atendido nos conselhos e indicações que fornece em relação ao seu protegido.
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Terminados os trabalhos a corrente se desfaz mas seus efeitos perduram no espírito de cada um dos assistentes, na medida do que absorveu dos fluidos e radiações ambientes e na medida do quanto pôde se integrar e assimilar da essência espiritual do trabalho realizado; e o cabedal que pôde cada um incorporar a si mesmo irá em seguida realizando em seu íntimo um trabalho silencioso e profundo, de reabilitação e purificação espiritual, que se acentuará com a repetição, pela assiduidade a trabalhos semelhantes, operando-se por fim uma verdadeira transformação, material e moral, no corpo e no espírito de cada assistente.
Por isso julgamos que são altamente benéficos e necessários os trabalhos práticos em comum, quando realizados em boas condições e nisto discordamos de alguns confrades abstênios, que se limitam a estudos teóricos de gabinete, privando-se de ação e contactos salutares, com o que retardam de muito não só a eclosão de faculdades mediúnicas que porventura possuam em germe, como a oportunidade de um caminhar mais rápido na estrada evolutiva; nos trabalhos práticos encararão os fatos, viverão as realidades objetivas da vida espiritual, em seu dinamismo, multiforme, ao invés de permanecerem comodisticamente no terreno platônico das especulações intelectivas.
(Extraído do livro Mediunidade - Edgar Armond)
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