Revolução anímica - Capítulo 3
O rapaz dormia tranqüilamente.
Seu pensamento voava que nem passarinho nas manhãs de primavera.
Sonhos coloridos traziam-lhe ao coração sentimentos de infinita paz.
Ouvia a sublime música da Natureza.
Ainda convalescente, não tinha forças para levantar e sair, como doutras vezes.
Na palidez de sua face repousava uma sensação de profunda serenidade.
Ás cinco horas da manhã alguém entra no quarto, toca-lhe a destra suavemente, ele abre os olhos e vê sua mãezinha.
- Bom dia, Francisco!
- Bom dia, mamãe!
- Como estás, meu filho?
- Bem. Tive sonhos lindos... Pássaros, nuvens, campos, flores... Após pequeno intervalo, prossegue:
- Mamãe, não sei o que se passa comigo.
Nesta fase de doença, minha alma tem chorado muito. Sentimentos de profunda piedade sacodem meu coração.
Ouço gemidos vindos de toda parte. Parece que as coisas têm alma e voz...
O jovem não pôde conter as lágrimas quentes a lhe borbulharem dos olhos.
- Meu filho, isso são coisas da própria enfermidade. São, talvez, delírios. Desanuvia a mente e começa a pensar nas coisas reais da vida.
- Obrigado, mamãe!
Adormeceu novamente enquanto sua genitora afastava-se em passos lentos.
Seu amado filho mostrava-se bem recuperado.
Um ar de esperança reinava no ambiente.
Manhã de sol...
Brisa perfumosa vagueia pelo espaço límpido e penetra o aposento em que dormia o jovem Francisco.
- Acorda mancebo! - diz mansamente a voz do alvorecer - Desperta! Abre os olhos da alma! Contempla o Desconhecido! A última estrela continua cintilando nas Alturas.
- Ergue-te e ouve o cântico dos pardais! A natureza te saúda.
- Vem, Francisco! O campo viridente, salpicado de flores mimosas, abre a cortina do Mistério e aguarda tua passagem.
Finalmente o moço, entre a debilidade física e a força do espírito, levanta-se.
E vai andando ao encontro do Sol, deparando-se com os pássaros da surpresa a saltitarem nos galhos do Destino.
- Vem, Francisco! Deus te convida para o banquete do Amor no palácio invisível da Alegria. O dia está chegando... O amanhecer de tua missão é agora.
O Mundo de Francisco de Assis. Espírito Rabindranath Tagore. (Psicografado por Ariston S. Teles)
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