Nosso Senhor Jesus Cristo (Oxalá)
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Imagem sincrética do Nosso Senhor do Bonfim |
Comemorando-se no dia 25 de dezembro, o nascimento do menino Jesus, filho de Deus feito homem, presta-se na Umbanda bem como em tantas outras religiões, com exceção dos Judeus, uma homenagem ao expoente máximo do Martirológio Romano.
Segundo o evangelho de São Lucas, um dos Apóstolos, cumprindo José da Galiléia e Maria sua esposa, um édito do Imperador César Augusto, para que fosse alistado todo o mundo, aconteceu que, dirigindo-se ambos da cidade de Nazaré à Judéia, e a cidade de Davi, para o devido alistamento, Maria que se encontrava grávida, deu à luz o Filho primogénito.
Jesus, o Messias prometido pelos profetas, viria ao mundo para a salvação da humanidade. Estava escrito nas sagradas escrituras, que o filho de Maria, o Deus feito homem, seria o redentor da humanidade, e que seria mais tarde sacrificado na cruz, em benefício dessa mesma humanidade.
Considerado na Umbanda como o chefe supremo dos Orixás, Jesus Cristo ou Oxalá é quem demanda da suprema Corte Celestial todas as ordens. É quem determina todos os atos da terra e do espaço, enfim, é a entidade máxima do Universo e para onde convergem tôdas as crenças, preces, etc.
Na maioria das religiões, é Jesus Cristo considerado o Deus Supremo, e como tal, será o juiz que julgará todos os nossos atos no dia do "Juízo Final", conforme a crença de muitos, e de acordo com a teoria e os ensinamentos bíblicos, nos quais os antigos profetas predisseram que êle voltaria a terra, a fim de julgar os vivos e os mortos.
Na crença judaica entretanto, Jesus Cristo não é considerado como tal, e aguardam êles ainda, segundo as predições dos seus profetas, a vinda do verdadeiro messias.
Na Umbanda, acredita-se que Oxalá jamais voltará à terra, e que, o julgamento dos nossos atos é feito mediante várias reincarnações, nas quais o espírito vai evoluindo na proporção dos sofrimentos que o vão redimindo de suas culpas, até que, uma vez atingido um grau de evolução perfeita, atinja êsse espírito ascenções gradativas através dos planos espirituais, que à semelhança da escada de Jacó, termina com a aproximação do Chefe Supremo, fazendo então parte da Suprema Corte Celestial, que a Umbanda denomina de "Aruanda".
Para que se tenha uma noção perfeita do que seja o aperfeiçoamento do espírito, basta-nos citar o exemplo de São Jorge (Ogum); de São Jerônimo (Xangô); de São Sebastião (Oxoce), etc, nos quais observamos segundo as crenças, Espírita, Católica, etc, que êsses espíritos, tendo passado pela vida material e terrena, hoje encontram-se em situação privilegiada.
Agora, é-nos oportuno fazer esta pergunta:
Se Jesus, conforme rezam as santas escrituras, pretende voltar à terra a fim de julgar os vivos e os mortos, porque julgam os crentes católicos que o espírito ou alma, quando está isenta de pecado sobe aos céus, e quando acontece o contrário vai para o inferno para nunca mais sair? . . .
E de acôrdo com o que reza a Bíblia, se de fato Jesus voltar à terra, quer dizer que os espíritos desencarnados voltarão a encarnar novamente, indo neste caso favorecer a opinião espírita, na qual acredita-se na reencarnação, não é verdade?
Pois bem . . .
Neste caso, voltarão à terra todos os santos para serem também julgados como qualquer outro ser mortal, o que não é admissível, pelo fato de tratar-se de espíritos de grande elevação espiritual, e como tal, julgados e reconhecidos na Lei de Umbanda como Orixás Maiores, e na Lei Católica, como Santos, na verdadeira acepção da palavra.
A não ser que voltem êsses espíritos à terra como juízes, ou então, como auxiliares de Cristo na sua penosa tarefa de julgar-nos no dia do Juízo Final, não será admissível essa teoria, não acham? . . .
Acontece, porém, que na Lei de Umbanda, somente reencarnam os espíritos dependentes de aperfeiçoamento, os quais, são pela Lei Kármica obrigados a voltar à terra, por ser como disse em capítulos anteriores, êste planêta o mais atrasado de todos e o que serve justamente de escola de correção.
Entretanto, como para Deus nada é impossível, aguardemos melhor orientação sôbre êste delicado ponto, que é o do julgamento dos sêres incarnados e desencarnados.
(Extraído do livro: O Espiritismo no Conceito das Religiões e a Lei de Umbanda, 3. a edição)
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