São Sebastião (Oxossi)
![]() |
| Imagem veneranda de São Sebastião |
São Sebastião, o mártir, de origem gaulesa, nascido em Narbone, educou-se em Milão, terra natal de sua mãe.
Cristão desde os princípios de sua existência, não negava a sua fé. Resolvendo alistar-se nas legiões do Imperador, para mais de perto poder acompanhar e minorar os sofrimentos do povo cristão e seus irmãos em Jesus Cristo, Sebastião ingressou nas fileiras do exército como simples soldado.
Devido à sua bravura, à prudência e à imponência do seu porte altivo, conseguiu Sebastião captar a simpatia do poderoso monarca Diocleciano, que o nomeou comandante de sua guarda imperial.
Nesse elevado posto, Sebastião com facilidade que tinha em transitar livremente pelas prisões onde eram encarcerados os cristãos, tornou-se o benfeitor e consolador dos aflitos, minorando-lhes os sofrimentos, incutindo-lhe a fé, essa fé inabalável de morrer pelo Mestre.
Muitos pagãos se converteram ao cristianismo, graças a fé e à força espiritual que lhes impôs o glorioso mártir.
Dentre êles, o próprio prefeito de Roma, Cromácio, o qual sofrendo horrivelmente de reumatismo e sabendo que pessoas portadoras do mesmo mal haviam sido curadas pelo santo soldado, resolveu converter-se e seguir os preceitos da religião cristã.
Sebastião dando-lhe instruções, não só o curou como também a um seu filho de nome Tibúrcio; e, tão agradecido ficou Cromácio, que resolveu deixar em liberdade os escravos cristãos que tinha encarcerado, e ainda: renunciando ao cargo de prefeito, retirou-se para o campo, e ainda dava agasalho e guarida àqueles que eram perseguidos pela fúria dos esbirros pagãos.
Desencadeando-se tremenda perseguição aos cristãos, e tendo Diocleciano ciência de que Sebastião era também cristão e que ajudava aos condenados, repreendeu-o e tentando dissuadi-lo apelando para os seus sentimentos de honra como capitão, fêz-lhe ver que estava desrespeitando as suas ordens, pouco se importando com as honrarias e distinções com as quais êle Diocleciano o havia distinguido.
Sebastião, porém, firme no seu propósito de continuar cristão, continuou inflexível ante as promessas, elogios e ameaças para que abandonasse a sua crença.
Irritado com a resolução do seu subordinado, Diocleciano ordenou aos seus soldados para que o amarrassem a um tronco de árvore e o crivassem de flexas.
Assim foi feito.
Cumprindo a ordem do Imperador, os soldados,
atando o bravo capitão a uma árvore, e despindo-o de suas vestes, atiraram-ihe tal quantidade de setas que, julgando-o morto? afastaram-se dali, na certeza de que haviam cumprido as suas missões.
Tal, porém, não aconteceu. . .
Quando era noite alta, uma mulher por nome Irene, esposa de Castulo, indo ao lugar da execução a fim de dar sepultura ao glorioso mártir, encontrou-o vivo, e imediatamente tratou de levá-lo à sua casa, onde o cuidou com todo o carinho, pondo-o restabelecido.
Apenas pôde levantar-se e andar, Sebastião procurou o Imperador e, apresentando-se, exortou-o, acusando-o de injusto e perseguidor de inocentes.
Diocleciano, espantado, e na certeza de que Sebastião estava morto, perguntou-lhe surpreendido: quem és tu que ousas recriminar meus atos? . . .
Respondendo-lhe, Sebastião fê-lhe ver quem era e que se ainda estava vivo era porque o seu Deus era o mais poderoso, e que êle, Diocleciano, não devia perseguir os seus servos.
Mais enfurecido ainda com a resposta dada pelo ex-capitão, ordenou o Imperador que desta vez os soldados o levassem para o Foro e lá, concitando a presença de todo o povo, o matassem a pauladas e bolas de chumbo.
Consumada a execução, foi o cadáver do mártir atirado à cloaca comum, a fim de que fosse evitada a veneração do seu corpo pelos cristãos.
Aconteceu entretanto que, descobrindo o corpo do glorioso mártir, uma mulher por nome Luciana (Santa), tirou-o da imundície, limpou-o, dando-lhe a seguir uma sepultura condigna, ao lado dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.
Êsses fatos aconteceram no ano de 287.
Tempos depois, em 680 foram os restos mortais de Oxossi (São Sebastião) transportados para uma basílica mandada construir por Constantino.
Em virtude de estar grassando naquela ocasião em Roma uma terrível peste que ceifava inúmeras vidas, e, tendo desaparecido a epidemia justamente na hora da transladação do corpo de São Sebastião, é esta a razão porque se venera em todo o mundo a memória do Santo Mártir, como protetor contra a peste.
Para comprovar ainda mais a veracidade dêsse fato, idêntico acontecimento se verificou no ano de 1575 na cidade de Milãç, na Itália, bem como em 1599 em Lisboa, cujas cidades, devido a intercessão do glorioso Santo, se viram para sempre livres da peste que as assolava.
Na Lei de Umbanda, é o santo mártir invocado como o "Rei das Matas", sendo o chefe da 4. a linha, denominada "Linha de Oxossi", a qual é composta das legiões de caboclos, com as seguintes denominações: Urubatão, Sete Encruzilhadas, Jurema, Tupis, Aimorés, Guaranis, Tamoios, Rompe-Mato, etc.
(Extraído do livro: O Espiritismo no Conceito das Religiões e a Lei de Umbanda, 3. a edição



Comentários
Postar um comentário
Por favor, seja respeitoso. Obrigado