São Jerônimo (Xangô)

Imagem veneranda de São Jerônimo Presbítero

Festeja-se a 30 de setembro, a data gloriosa de São Jerônimo (Xangô), um dos maiorais da Umbanda.

Entidade de grande poder de irradiação, é Xangô, principalmente no culto de Nagô, o mais invocado pelos seus adeptos, por se tratar do chefe que orienta e dirige a quinta linha na qual se divide a Lei de Umbanda (Linnha de Xangô), a qual é considerada como a linha que dá a recompensa, que impõe a justiça e que dá o castigo.

Por ser a linha da qual fazem parte os pretos velhos "Quenguélê e Quenguelê de Xangô", entidades de grande resignação e perseverança, é o seu chefe Xangô admirado e procurado principalmente pelos humildes e na maioria pela gente de côr preta.

Tendo nascido no ano de 311 na cidade de Stridônio, nas proximidades de Aquileja, recebeu Jerônimo uma sólida educação.

Demonstrando privilegiado talento e querendo dedicar-se à vida ascética, transladou-se ainda bem jovem para Roma, com a finalidade de continuar os seus estudos, em tão boa hora começados.

Sob a orientação de um mestre pagão por nome Donato, em pouco tempo conseguiu fazer verdadeiros prodígios.

Resolvendo dedicar-se ao estudo da língua hebraica, escreveu vários tratados sobre ciências, cultivando aindao grego e a língua dos povos Caldeus (o Caldaico).

Resolvendo viver em solidão, Jerônimo dirigiu-se ao deserto de Chaltis, percorrendo antes vários lugares do Oriente, tendo por essa ocasião escrito um tratado sobre a virgindade.

Com a perseguição que lhe moveram os hereges e apóstatas, resolveu Xangô abandonar a solidão, voltando para Antioquia, recebendo aí, das mãos do Patriarca Paulino, a ordenação sacerdotal.

Percorrendo em romaria os Santos Lugares, dedi- cou-se o grande sábio, ao estudo da Bíblia, sendo que por volta do ano 381, juntamente com o Patriarca Paulino, encetou uma viagem a Roma onde permaneceu até a morte do Papa Dâmaso como seu secretário particular.

Tendo voltado para Belém, continuou seus estudos científicos, fundando então um mosteiro para homens e outro para mulheres, sendo que êste último tinha a direção de duas damas romanas por nomes de: Paula e Eustochium (hoje canonizadas pela igreja católica e consideradas como santas).

No decorrer do ano de 410, tendo vindo ao Oriente várias famílias romanas em busca de asilo, devido a tomada de Roma por Alarico, Jerônimo procurando minorar-lhes os sofrimentos, asilou-as em seu mosteiro, tendo por essa ocasião completado a "Vulgata", célebre tradução do Antigo Testamento, do grego para o Latim.

Perseguido pelos seus inimigos Palagianos que lhe incendiaram a residência, bem como alguns conventos que administrava, foi por fim Jerônimo refugiar-se em uma gruta, e segundo a lenda, conta-se que Xangô preferiu conviver entre feras, a conviver entre os homens.

É hoje a imagem do Santo sábio, representada pór uma ancião postado à entrada de uma gruta, tendo a seu lado, dócil como um cordeiro, um grande leão.

São Jerônimo morreu no dia 30 de setembro do ano de 420, com a idade de 90 anos.

Os seus restos mortais repousam em Roma, junte ao presépio de Nosso Senhor na Basílica de Santa Maria Maior.

Pontos Cantados de São Jerônimo (Xangô)

Ponto de Xangô (Prece, defesa e descarga)

Perêrê Xangô
Oi perê Xangô na calunga
Segura filhos de Umbanda
Não deixa a Umbanda cair.

Ponto de Xangô (na irradiação de Ogum)

Lá no alto da pedreira
A Jurema se assentou
Ogum, Ogum,
Salve nosso pai Xangô.

Ponto de Xangô (exaltação)

Quando a lua aparece,
O leão da mata roncou.
A passarada estremece
Olha a cobra coral que piou, piou, piou,
Olha a coral piou.
Salve o povo de Ganga ô,
Chegou, seu rei de Umbanda,
Saravá, nosso pai, Xangô.

Xangô (Ponto de chamada da falange — salvando)

Oh! . . . Ganga oh! . . .
A terra é da Jurema,
O leão é lá das matas,
A pedra é tão forte
E o rei é Xangô! . . .

Ponto de Xangô (descarga ou advertência)

Pedra rolou
Xangô
Na cahoeira
Segura a pedra
Meu pai
Lá na pedreira

Xangô (descarga ou demanda)

Lá do alto da pedreira
A faísca vem rolando
Aguenta a mão cabra de força
Que a faísca vem queimando.

(Extraído do livro: O Espiritismo no Conceito das Religiões e a Lei de Umbanda, 3. a edição)

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